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Dia da Consciência negra no CCLA: festa sob o signo das culturas periféricas

Pelo rufar das cordas e batuque dos tambores, ao som das vozes e canções de resistência, pelo grito que brotou nas calçadas com o teatro e a arte popular, neste sábado 18/11, o CCLA viveu um dos momentos mais lindos da sua jovem existência. Muitas pessoas, militantes, simpatizantes, amig@s e parceir@s presenciaram o evento organizado pelo Dia da Consciência negra (com dois dias de antecedência). A força sentida das interações estabelecidas nesse momento, nos permite antecipar, num exercício prospectivo realista, as possibilidades concretas da construção de um novo mundo. Se já foi bom agora, será muito mais adiante!

A seguir, alguns dos distintos instantes do dia:

No início tivemos a apresentação discursiva e o debate em torno da pesquisa das artes negras feministas, defendido por nossa companheira Leila Leite da editora Gato Ed. De forma reflexiva e provocações bastante positivas, Leila trouxe à luz observações salutares sobre a baixíssima participação feminina negra e a população LGBTQIA+ nos mais diversos núcleos sociais. Percebemos na conversa, que mesmo aqueles grupos em que ostensivamente lutam pelo fim da dominação de classe e de gênero, que lutam pelo fim da dominação étnico-racial, assim como os movimentos surgidos da resistência popular afro-periférica como o Rap e muitos outros, ainda enfrentam a carência de participação feminina  e negra. Fica a pergunta: O que está dando errado? Por fim, valeu muito a pena a discussão trazida pela companheira!

                                              Leila Leite, Editora Gato Ed.
Em seguida, o companheiro Rafael Gaia, do CCLA, falou sobre os problemas citados por Leila. Concluindo com a necessidade de acabar com o sistema de dominação capitalista que é o grande fomentador da exclusão e preconceitos.
Da cena underground Rap de Belém, a companheira Yuki deu sua importante contribuição ao debate da participação feminina nas artes musicais e o combate ao preconceito de gênero no meio artístico.

 

O artista de teatro Otávio Freire, com seu corpo, sua voz e uma corrente de ferro nas mãos, impressionou a tod@s com sua encenação carregada de muita energia e dinamismo. Seu grito, incorporou o grito dos povos excluídos e oprimidos do mundo. Suas expressões, dotadas de guerra à opressão, pode nos levar a um imaginário explosivo de sentimentos e agonias da dor dos que sofrem, mas também de esperança por uma nova ordem.

O artista Otávio Freire.                                                    

 

Dando prosseguimento à programação, o público pode assistir ao cinema na rua, com a projeção do documentário Chama Verequete: Personagem fundamental da cultura paraense e do ritmo musical carimbó de raiz, o documentário levou ao conhecimento de tod@s um pouco da história desse artista que legitimou a música nascida nas beiras dos rios, nas florestas e nos barracões amazônicos, difundindo para todo o mundo a cultura popular do Pará.

 

E depois dessa bocada de cultura visual que falava de música, era tempo de passar à música! Diversos artistas se apresentaram nessa rica noite de ritmos e dizeres combativos. Numa salutar e absolutamente necessária mistura de sons, tod@s puderam cantar e se embalar numa mágica vibração das linguagens artísticas, concluindo a noite com a certeza que tivemos um momento glorioso de interações solidárias e fraternas daqueles que lutam e vivem pra lutar e amar.

Estiveram presentes na apresentação musical: Cuité da Marambaia ( Boi, carimbó), Barnei e Barata (Rap), Sinval Santos (Voz e violão) e Nazaco (percussão) com a MPB. Foi muito bom!

 

Junto com as atrações, também foi ofertada comida vegana de excelente qualidade e bebidas variadas. Além de tudo, livros e brochuras estiveram a venda pelo sebo Elefante branco que não só se fez presente com suas variadas obras comercializadas como também está aberto diariamente em funcionamento na sede do CCLA  de segunda às sextas-feiras e aos sábados.

Para concluirmos, vamos aproveitar esta ocasião especial para fazer um passeio visual com vocês no CCLA para descobrir nosso local e seus espaços. Estamos trabalhando diariamente para que o nosso ambiente seja o mais adequado possível para a difusão da cultura libertária amazônica e dar acesso a tod@s que chegarem até nós.