O CCLA em solidariedade aos povos palestino e curdo e suas diásporas espalhadas no mundo
Esses últimos meses vimos massacres serem cometidos em dois pontos do planeta (além de vários outros com os quais temos menos contatos, mas que não esquecemos também) que nos fazem sofrer em saber que tantos crimes contra a humanidade são cometidos pelas bombas de Estados terroristas.
Os Estados e suas políticas criminosas são responsáveis por milhares de mortos, feridos, traumatizados e refugiados espalhados pelo mundo. Esses ataques deixam para trás milhares de famintos e doentes que em sua maioria são crianças, mulheres e idosos, a exemplo da faixa de Gaza e do Rojava no Curdistão sírio. A política de guerra dos Estados contemporâneos só comprova que essas entidades têm em sua gênese a violência e a guerra como principais políticas para resolver seus problemas.
Nós, Amazônidas anarquistas do Norte do Brasil, sofremos ao ver a aniquilação desses povos, nos sentimos muito próximos por conta da grandeza e da nobreza das lutas que travam contra os regimes fascistas, israelense e turco, de Netanyahu e Erdogan.
Esses horrores nos lembram o quanto o Estado é brutal e violento desde de sempre com quem tenta se erguer para demonstrar sua humanidade. Esses povos assim como os povos originários das Américas, enfrentam resistindo com dignidade os rifles e as bombas dos Estados sanguinários. As nossas histórias nos unem na luta contra capitalistas colonizadores, teocratas patriarcais frustrados e políticos odiosos de extrema-direita.
A força da luta do Rojava surge das vozes femininas que se levantam em Afrin e Kobani, o choro dos órfãos de Gaza tem, em meio à tristeza, clamor por justiça. A essas vozes e choros de lá se juntam as cantigas dos pajés Yanomami, Tupinambá, Tembé, Warao, Ka’apor e de outros povos das florestas e dos rios da Amazônia, que há séculos resistem ao extermínio.
O preço do sangue derramado é sempre elevado para quem perdeu parentes e pessoas amadas. Dilacera o coração ver as bombas e armas transformarem em ruinas lugares onde infâncias felizes foram vividas e laços sociais construídos. As lembranças que esses lugares permitiam agora são apenas memorias e as pessoas amadas povoam os sonhos dos sobreviventes. O povo amazônida sofre com vocês por essas perdas. Nós também tentamos ficar de pé na tempestade ultraliberal fascista que quer nos derrubar e nos fazer ajoelhar. Eles querem nos humilhar e matar nossas esperanças. Em vão!
Por aqui, assim como no Rojava e em Gaza, seguimos resistindo! Aqui as bombas são as dinamites e tiros são dados pelos garimpeiros e latifundiários: assim é realizado o extermínio dos Yanomami. Há também ataques mais insidiosos: os Yanomami sofrem e morrem de fome, de epidemias causadas pelos Brancos, além da contaminação dos seus rios pelo mercúrio. Outra guerra interna é travada pelos ataques incessantes das multinacionais da mineração e da exploração de madeira nos territórios ancestrais Ka’apor. Apesar de tudo, Yanomami e Ka´apor continuam resistindo, se organizam e lutam por autonomia. Não esquecemos também do apagamento sistemático da memória Tupinambá e do deslocamento forçado para terras desconhecidas e hostis do povo Warao: eles também seguem resistindo com determinação.
Sim, seguimos lutando e inspirando-nos nas suas lutas, na Palestina e no Curdistão!
Viva a Anarquia!! Viva a Amazônia tradicional!! Vivam as lutas da resistência curda e palestina!!