PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO LIBERTÁRIO E REVOLUCIONÁRIO CONTRA A COP30
Introdução
A COP30, prevista para ocorrer em Belém (PA) em novembro de 2025, é apresentada como um marco da diplomacia climática. No entanto, por trás do discurso oficial, o evento serve para reforçar a lógica do capital verde, do extrativismo, da militarização e da gentrificação. Este plano tem como objetivo articular uma resposta autônoma, libertária e revolucionária, centrada na resistência popular e na construção de alternativas radicais.
1. Análise de Conjuntura
* A COP30 serve como vitrine para governos e corporações disfarçarem sua responsabilidade pela destruição ambiental.
* Belém vive um processo de “higienização urbana”, expulsando populações pobres, militarizando espaços e favorecendo especulação imobiliária.
* Povos tradicionais seguem marginalizados nas decisões sobre seus territórios.
2. Objetivos do Movimento
* Deslegitimar a COP30 como solução para a crise climática.
* Visibilizar e fortalecer lutas territoriais e anticapitalistas.
* Promover a autogestão e a construção de formas de vida libertárias.
3. Estratégias de Ação
a) Mobilização Popular
* Criação de comitês de base em bairros e comunidades.
* Apoio a mobilizações de movimentos indígenas, quilombolas e autonomistas.
* Realização de assembleias populares.
b) Contra-narrativa e comunicação
* Produção de zines, podcasts, cartazes, vídeos.
* Denúncias de greenwashing, gentrificação e repressão.
* Atividades em espaços públicos com arte e intervenção.
c) Ação Direta
* Marchas combativas e outras surpresas.
* Ações em obras, prédios ou vias públicas.
* Mais surpresas e desobediência civil.
d) Apoio Mútuo e Cuidados
* Cozinhas comunitárias, alojamentos solidários.
* Equipes de cuidado físico e emocional.
* Protocolos de segurança digital e presencial.
e) Construção de Alternativas
* Realização da Anti-COP: encontro autônomo com oficinas, debates e práticas coletivas.
* Incentivo a redes agroecológicas e economia solidária.
Fortalecimento de territórios autogeridos e redes de resistência.
4. Tática Descentralizada
* Grupos de afinidade autônomos.
* Ações simultâneas em diferentes pontos da cidade.
* Uso de criptografia, VPNs, comunicação segura.
5. Calendário Sugerido
* Junho a Agosto/2025: formação de redes, oficinas, articulações nacionais.
* Setembro-Outubro/2025: campanhas de comunicação, formação, intervenções locais.
* Novembro/2025: Semana de Resistência – Anti-COP30, manifestações, bloqueios, ocupações.
* Calendário das formações propostas pelo CCLA:
Datas:
- Eixo 1 (Crise ambiental no Brasil e no mundo): 05/07
- Eixo 2 (Financeirização da Natureza): 02/08
- Eixo 3 (Injustiça socioambiental): 06/09
- Eixo 4 (Ecologia social): 04/10
Considerações finais
A resistência à COP30 é uma oportunidade histórica de rechaçar a farsa da solução climática capitalista e fortalecer um horizonte de autonomia, cuidado e insurreição. O momento é de articulação, coragem e imaginação radical. Que Belém seja também o território da desobediência criadora e de renovação libertária para nossa Anti-COP30.