Neste dia 24 de agosto (sábado), dia de Tranca Rua, o CCLA realizará uma atividade de distribuição de sopão vegano para a população em situação de rua, pelo bairro da campina, centro de Belém, as 19h.
O Tranca Rua, na cosmologia espiritual do Candomblé, Umbanda e Quimbanda é uma entidade que representa as populações marginalizadas, açoitadas, subalternizadas, ou seja, representa todo um setor dos/das de baixo da sociedade que sofre na pele o projeto excludente de segregação socioespacial e econômica praticado pelo andar de cima.
Belém vem passando por um processo de gentrificação e gourmetização de vários espaços, onde, ontem tipicamente populares, hoje soberbamente elitizados (lembram do Bar do Parque e do Batuque da República?).
Belém tem cerca de 3 mil pessoas em situações de rua, mas esse número pode ser bem maior. Belém será sede da COP30, mas o que se ver é um embelezamento fútil do centro da cidade, expulsando essa população para lugares ainda mais distantes do acesso as suas refeições diárias, o que já era sofrido, agora vai se tornar ainda mais sofrido.
Em um estado onde o déficit habitacional é de 350 mil domicílios, onde na Região Metropolitana faltam mais de 78 mil casas para população morar, o jogo sujo da especulação imobiliária da elite dona de muitos prédios e casarões (ambos abandonados), mediante o conchavo do governo municipal (PSOL) e estadual (MDB) liberam concessões ao capital estrangeiro para a implantação de hotéis de alto padrão de riqueza para abrigar a cúpula do capitalismo verde ano que vem, ao invés de destinar moradias dignas a população em situação de rua ou aquela parte que é sufocada pelos desumanos valores dos aluguéis.
Por isso cantamos “Tanca-Rua quem chega aqui […] companheiro e amigo leal, quebra feitiço e também desfaz o mal”
Que desfaça o mal que é o projeto da elite belemense!
Pela conquista da moradia digna!!
Viva seu Tranca Rua!!!